6ª Parada Alternativa LGBTI+ de Santa Maria ocorre neste domingo; evento alerta para o assassinato de mulheres transexuais

6ª Parada Alternativa LGBTI+ de Santa Maria ocorre neste domingo; evento alerta para o assassinato de mulheres transexuais

Foto: Pedro Piegas (Diário/Arquivo)

Neste domingo (3) ocorrerá a 6ª Parada Alternativa LGBTI+ de Santa Maria. O evento, promovido pelo Coletivo Voe de Diversidade Sexual, será realizado no Largo da Estação Férrea a partir das 15h. Neste ano, o tema é “Elas têm nome”, reforçando a importância do reconhecimento das mulheres transexuais e alertando para os transfeminicídios, crimes de ódio caracterizados pelo assassinato de mulheres trans.


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A edição também homenageia Verônica, assassinada em 2019, em Santa Maria. Conhecida como Mãe Loira, Verônica era responsável por um dos poucos alojamentos destinados a transexuais no Brasil.


Brasil no topo da lista

O Brasil figura, há 14 anos, no topo da lista dos países com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo. A informação é da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). México e Estados Unidos aparecem na sequência, ocupando o segundo e o terceiro lugar, respectivamente.


Conforme levantamento apresentado no dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2022, publicado no começo deste ano pela Antra, foram ao menos 151 mortes registradas no período. Dessas mortes, 131 foram casos de assassinato e outras 20 de suicídio. Esses índices podem ser ainda maiores: o levantamento é realizado conforme dados oficiais, no entanto, o dossiê alerta que o acesso a esse tipo de informação é bastante precário, seja pela dificuldade de acesso a documentos, seja pela subnotificação dos casos por parte do Poder Público.


Dados da pesquisa Trans Murder Monitoring (TMM), projeto que monitora, coleta e analisa sistematicamente relatórios de homicídios de pessoas transexuais e com diversidade de gênero em todo o mundo desde 2008, indicam que o Brasil tem sido o país que mais reporta assassinatos desse tipo: entre 2008 e setembro de 2022, foram 1741 mortes. O número corresponde a 37,5% de todas as mortes de pessoas trans contabilizadas. Em comparação com os outros dois países mencionados anteriormente, México detém 14% dos casos e os Estados Unidos, 8%.


Perfil das vítimas

As características das vítimas em nível global, conforme a análise da TMM, indicam que 95% das vítimas são mulheres trans ou pessoas transfemininas. Quase metade dos casos, isto é, 48% deles, correspondem a profissionais do sexo. No Brasil, esse índice é maior: 54% dos assassinatos foram direcionados contra travestis e mulheres trans profissionais do sexo. Os casos ocorrem, em sua maioria, em espaços públicos, como foi o caso de Verônica. Ela foi assassinada na Avenida Presidente Vargas, próximo à Avenida Borges de Medeiros.


Também no Brasil, a maioria assassinada é de mulheres de baixa renda, com pouco acesso à saúde, educação e outras políticas públicas básicas a toda população. Rejeitadas no mercado formal de trabalho, a situação dessas pessoas se agrava quando se tratam de negras e/ ou periféricas e/ou com deficiência.


A idade média das pessoas trans assassinadas é de 29,2 anos, sendo que dos 131 casos reportados no Brasil em 2022, cinco vítimas tinham entre 13 e 17 anos (5,3%); 49 vítimas tinham entre 18 e 29 anos (52,1%); 30 vítimas tinham entre 30 e 39 anos (32%) e sete vítimas tinham entre 40 e 49 anos (7,4%). Outros três casos (3,2%) foram de pessoas acima dos 50 anos e 37 fontes não apresentavam as idades das pessoas mortas. Assim, a expectativa de vida das pessoas transexuais no país é estimada em 35 anos. Nota-se que 80% das mortes contabilizadas estão dentro desse limite etário.


A 6ª Parada Alternativa LGBTI+ de Santa Maria conta com o patrocínio de Fasolo Consórcios, Left e Grupo Rack Som Show, e apoio do Ambulatório Municipal LGBT+ Transcender, Associação de Arte e Cultura Negra AráDudu, Associação Mensageiros de Luz, Ateliê Terapêutico Não Me Khalo, Casa Verônica, CAPS AD Cia do Recomeço, Nety Distribuidora Atacadista Política HIV/Aids IST e Hepatites Virais Santa Maria.


Serviço

  • O quê: 6ª Parada Alternativa LGBTI+ de Santa Maira
  • Quando: 3 de dezembro, 15h
  • Onde: Largo da Estação Férrea, Avenida Rio Branco, centro de Santa Maria


Caminhada

  • Concentração: 14h na Praça Saldanha Marinho
  • Saída em direção a Gare: 15h


*Com informações do Coletivo Voe

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